segunda-feira, outubro 30, 2006


Muitos dia se passaram desde o último post. Não é fácil adquirir um ritmo de escrita todos os dias. Fácil não será o termo mais correcto. Digamos que me falta disciplina de escrita, coisa que procuro não com o afinco que gostaria. Muitas coisas se passrama entretanto. A nossa casa ainda não está pronta e tem dado origem a muitas dores de cabeça com advogados à mistura e com um futuro cada vez mais incerto. Os meus filhos já têm 10 meses e a minha mulher já tem 36 anos. Continuo no meu trabalho e agora enfrento uma nova situação. O meu chefe encontrou muitos motivos para me contrariar e o meu dia-a-dia tem sido terrível. Nada de novo e desta vez estou com vontade de levar isto até ao fim, até porque acho que ele está um pouco desiquilibrado e mais tarde ou mais cedo encontrará o seu rumo. Os meus clientes continuam a ser os mesmos e o trabalho não abranda. A siemens já deixou de ser meu cliente, o que me tira um peso enorme dos ombros e agora tenho que me preocupar com os restantes.
Os meus filhos já gatinham a toda a velocidade e estão encantadores. No fim de semana passado juntei os nossos amigos e preparei uma festa surpresa para os 36 anos da Paula e para os 10 meses dos gémeos. Foi num restaurante perto do campo das cebolas, que consegui reservar exclusivamente para nós. Foi muito agradável.
Muitas coisas se têm passado entretanto. O meu pai reformou-se, a minha descobriu que afinal tem de trabalhar até aos 70 anos e o meu irmão está finalmente na rota do sucesso. O seu filho foi operado aos olhos e ainda não o fomos visitar. O meu projecto da maior galeria do mundo está parado. Já o mostrei a outras pessoas, as opiniões têm sido favoráveis mas não tenho encontrado forças para o levar avante. Na verdade ganhei consciência sobre a importância de manter este emprego e as minhas forças têm sido concentradas nesse ponto. Não é fácil.
Recentemente tomei conhecimento de uma polémica que está a assolar a comunidade literária portuguesa. Parece que o livro Equador do Miguel Sousa Tavares (que já o li e achei fora de série) tem passagens idênticas a outro livro de uns autores estrangeiros o que se pressupõe portanto que o equador é um plágio. Grave... Esperemos que assim não seja, pois gostei bastante do livro, por outro lado até gostaria que se confirmasse para abalar esta nova comunidade de escritores saídos da tv e do jornalismo. Era bom para moralizar esta merda toda.
Como pensamento positivo para hoje, deixo um filme que vi durante este fim de semana e que me deixou absolutamente maravilhado - O segredo de Brokeback mountain. Espantoso pela forma como o Ang Lee conta uma história que pelo seu conteúdo seria muito fácil descambar. Uma fotografia perfeita, um ritmo incrível e as cenas homosexuais são verdadeiramente de outro mundo. Julgo que este é um filme que pertence aquela categoria de cinema novo que foi inaugurada pelo último filme do Kubrik - Eyes wid shut.