terça-feira, abril 10, 2007


Escrever é um exercício que exige treino, disciplina e muita rotina. Rotinar os dedos, ou mais poeticamente, a caneta (cada vez mais rara nos dias que correm) é o segredo para se escrever e alimentar entre outras coisas um blog, um diário, uma crónica, uma coisa qualquer. Tenho andado a escrever pouco neste blog, mas por outro lado tenho escrito algumas coisas para os meus clientes e iniciei á cerca de dois dias uma ventura de escrever um conto de terror para o cineclube de terror de Lisboa. Tem sido uma experiência óptima. Escrever com objectivos é muito mais fácil, por um lado, por outro o cuidado que se coloca nas linhas que saem da caneta tem de ser muito maior pois trata-se de uma peça a ser apreciada por outros em que, indubitavelmente, a minha pessoa estará reflectida nela e sujeita a avaliações externas e por isso subjectivas.

Tenho lido bastante também. Ultimamente deu-me para ler coisas relacionadas com a minha profissão e com as últimas tend~encias da comunicação e do marketing. E tem sido muito agradável. Tenho descoberto tendências que realmente me interessam e que vão de encontro a bastantes considerações sobre a técnica da comunicação que possuo, embora nunca tenha tido a capacidade de as verbalizar. Chegar a essa conclusão é extremamente agradável. Finalmente estamos a deixar cair esterótipos estúpidos do marketing em que um mercado é visto como um campo de batalha e as empresas são forças que guerreiam entre si, esquecendo aquele que facto mais interessa - o consumidor. Estamos a atravessar uma revolução com a banalização da internet e com as novas possibilidades que ela nos oferece. Não é uma nova economia como advogavam há uns anos atrás. É sim um novo meio que está a transformar os nossos hábitos de consumo e a forma das empresas abordarem os mercados e os seus consumidores.

Num livro fantástico que recentemente li, escrito pelo Chris Anderson entitulado de "A cauda longa", este autor advoga que os hits estão a acabar. Esta é uma consequência da enorme capacidade que uma loja on-line oferece, sem custos de armazenamento e sem limitações de espaço, ou seja, com uma escolha tão grande, os consumidores têm a liberdade de percorrer todo um espectro que antes estava resumido à capacidade de uma prateleira dentro de uma loja. Daí a necessidade da criação de hits. Estes surgiam como consequência de uma incapacidade de respeitar os gostos dos consumidores, porque de facto não era possível derivado das limitações físicas de uma loja. Com as lojas virtuais isso acabou e mais... com a introdução de ferramentas de aconselhamento e opiniões emitidas pelos anteriores compradores, está-se a dar lugar a um verdeiro respeito pelos gostos das pessoas e a uma quantidade enorme de livre escolha. Daí a longa cauda que é uma representação de um gráfico de vendas. No início estão os hits com vendas absurdas e depois ao longo da cauda estão os restantes. Mas cada vez mais estes restantes assumem uma importância maior do que os hits, quer em termos quantitativos, quer em termos relativos. A regra dos 80/20 está pela hora da morte. estamos a chegar a uma regra dos 99/100. Muito interessante.

Os meus filhos já andam plenamente. A Carolina passa o dia a andar e o Afonso, embora mais preguiçoso, também já domina as suas pernas.

A nossa casa está pronta (finalmente!) Só falta a cozinha. Vamos mudar este mês.

Como pensamento positivo para hoje, deixo o livro do Chris Anderson. muito inteligente, extremamente bem escrito e potenciador de ideias para encara este novo e importante estágio que estamos a atravessar. Somos uns sortudos. Estamos em plena revolução de hábitos, sociais e de consumo e estamos a assistir da bancada VIP com todas as possibilidades de saltar para o palco. Estou optimista...

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