segunda-feira, abril 16, 2007


Finalmente estamos a chegar ao verão, ao calor, ao bom tempo. A luz de Lisboa está-se a revelar, sem timidez e com a força bruta que normalmente emprega nesta altura. O nosso verão está a chegar, o nosso bom tempo está a sobrepôr-se ao frio e aos dias incertos. E assim vai continuar até o próximo Outubro. Falo do nosso, porque nunca vi uma luz semelhante à luz de Lisboa. Aquela que mais se aproxima é provavelmente Atenas, mas a cidade é horrível e o encanto não se revela através da sua luz. É nesta altura que Lisboa se transforma numa cidade mágica, num lugar único que me enche de orgulho e que me posiciona como um cidadão sortudo. Venha o verão, venha a luz, estamos ansiosos com a chegada da Lisboa.

É esta Lisboa que eu a partir da próxima semana vou ter acesso na primeira fila. Todos os dias vou passar a acordar com Lisboa inteira aos meus pés e todos os dias vou dar graças por ter este previlégio. A casa está quase pronta e a mudança prestes a iniciar-se. Tudo novo, espaço grande e uma varanda de sonho são os principais atributos desde meu novo espaço de vivência. Vai ser a minha 5ª casa em quase 12 anos e provavelmente não desejo muito mais do que isto. Estou muito contente depois de cerca de 1 ano e meio de espera e muito milhares de euros investidos. O desânimo foi uma constante ao longo de todo este doloroso processo, mas agora as coisas estão a mudar de figura. Só faltava o sol e a luz... Agora já não falta nada.

A carolina já diz pai e mãe e também chocolate e pé e pijama. Já anda como se o diabo estivesse à solta no corpo dela e tagarela num dialecto imperceptível mas cheio de intenção. O afonso é mais discreto neste novos avanços. Preocupa-se mais com os objectos e com a forma como desatarrachar tampas e parafusos. É mais dado a outras coisas, como se estivesse sempre a trabalhar e a resolver problemas e situações. É engraçado também.

Como pensamento positivo para hoje deixo a banda Jesus and Mary Chain. Tenho andado a ouvir a sua discografia e fico sempre impressionado com a qualidade das suas músicas. á levam com mais de 20 anos de carreira e o seu som continuo actual. Nunca tiveram grande sucesso por se manterem fieis aos seus princípios. Por exemplo nunca se mudaram para uma editora major. Independentes até ao fim e isso tem muita graça tendo em conta todos os esquemas comerciais nos quais a música está envolvida nos dias que correm. As suas canções são autênticas e fáceis. Têm um som uniforme e de fácil reconhecimento ao longo de toda a sua obra. A sensação que se tem é que as músicas e o espírito alternativo lhes sai assim... sem mais nem menos... sem esforço. É-lhes inato e natural. Quem dera a muitas bandas conseguirem algo assim tão puro, tão genuíno, tão bom. Marcaram-me na minha juventude. Quando ouvi os seus primeiros albúns senti uma revolução cá dentro. O feed-back das guitarras com a melodia por trás impressionou-me. Foram uma das primeiras bandas que assisti ao vivo no pavilhão do restelo, juntamente com a Zá, já lá vão quase 20 anos. Foi um concerto razoável, na altura desiludiram-me um pouco, hoje em dia dou-me por muito contente ter estado lá. É mais uma história para contar aos meus filhos. Hoje em dia olho para trás e considero os JMC uma etapa na música pop7rock/punk seja lá o que for. Há poucas bandas assim.

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