terça-feira, setembro 12, 2006


Novamente as torres gémeas e o ataque terrorista de 11 de Setembro. Este é um assunto que me anda de facto a provocar um tormento muito grande. Assisti ontem a um debate na televisão sobre este assunto que me fez ficar a olhar para a televisão até cerca da 1 da manhã. Os intervenientes foram o Mário Soares e o Pacheco Pereira e o debate foi muito interessante. A posição do Mário Soares era a posição mais fácil, ou seja, atacar a administração bush por tudo o que fez a seguir ao 11 de Setembro, mas nunca deixando de considerar um horror o que se passou naquele famigerado dia. A posição do pacheco pereira era contrária e mais dofícil para nós como europeus. Era uma posição que obviamente também condenava os ataques terroristas, mas no entanto defendia ã tomada de posição da administração bush.
De uma forma natural a minha posição estaria do lado do mário soares. A invasão do afganistão e do iraque são de facto, para mim, actos infâmes e com muito poucas justificações sustentáveis. A forma de defender esta posição pelo mário soares não me caiu muito bem. Parece tudo fácil resolver as coisas pelo diálogo, etc. Para nós, europeus, essa posição cai muito bem, mas se eu fosse americano, ou se tivesse alguém conhecido a trabalhar nas torres gémeas se calhar já não acharia o mesmo. Tudo o que passa à volta deste assunto ainda está muito a quente. Ainda estamos muito perto do que sucedeu.
O pacheco pereira aguentou-se melhor no debate. Gostei mais dele do que o mário soares. Todos os intervenientes do público sustentaram a posição do mário soares. De início falou um intlectual árabe, responsável pela tradução do al corão para português e autor de mais de 150 obras literárias... 150? bolas... onde é que vão arranjar este tipos? A sua intervenção foi desastrosa. Falou em teorias da conspiração e tudo o que disse dava vontade de rir. O segundo a intervir foi muito mais interessante. Advogado e presidente de uma espécie da liga árabe em portugal, começou por dizer que el como europeu e português também se sentiu atacado por aquele acto horrível. E como muçulmano também. Acabou por roçar um pouco na teoria da conspiração, mas foi muito condicionado pela entrevistadora que a meu ver portou-se muito mal e foi muito pouco isenta. Depois falou um historiador, tipicamente de esquerda. Condenou tudo o que o pacheco pereira disse e acabou por cair numa posição de uma espécie de esquerda revolucionária acabada que encontrou um novo foco para lutar - lutar contra as injustiças feitas aos muçulmanos. Uma intervenção um pouco inflamada e muito fácil de desmontar tal como fez o pacheco pereira com muita inteligência. Disse algo como "encontrar a solução do problema baseada na criminalização das vítimas é muito fácil. Finalmente acabou por falar uma outra historiadora, quanto a mim a intervenção mais interessante, que desmontou um pouco todos aqueles lugares comuns que andam á volta da vitimização das sociedades islâmicas. Relativizou tudo e pôs os pontos nos is. Boa intervenção.
Na verdade eu acho as sociedades islâmicas um pouco desadequadas da nossa realidade que se vitimizam constantemente, às vezes com razão, e que pegam no seu passado muito longínquo para alimentarem o seu orgulho. São retrógradas e muito mais atrasadas do que nós. A nossa maneira de estar e de viver é infinitamente mais interessante e livre. Venham os americanos e deixem lá em paz os muçulmanos que não interessam a ninguém.
Os meus filhos hoje foram levar mais uma vacina. É um tormento levar o afonso e a carolina à vacina. Eles estão muito bem dispostos e sorridentes e quando entra a agulha na carne deles desatam num pranto e com um olhar como que a dizer - Estás a trair-me!.
É horrível. Mas é um mal necessário. Mais uma vez sentio avanços desde ontem na sua evolução. É todos os dias... É incrível.
A Paula é uma mãe extraordinária. Ela gosta da maternidade e desempenha a sua função como eu nunca vi. Continua estonteante o que me agrada sobremaneira.
Hoje enviei o meu cv para a nvicta tv. vamos ver o que dá.
Como imagem bonita para hoje deixo o silêncio. O silêncio não tem descrição. Fiquei impressionado com as imagens que vi das torres gémeas a cair e após passar a onde choque provocada pelos detritos do prédio, as imagens continham um silêncio esmagador. Bonito em alguns casos, dramático noutros, poderoso em todos os casos...

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