sexta-feira, janeiro 26, 2007


Estou à beira de mais um fim de semana e o livro do Montalbán ainda não saiu. Tenho visitado diariamente as livrarias à procura dele e nem pó. Será um vício semelhante ao do tabaco e que se consegue isolar numa determinada zona do cérebro? Fiquei de facto muito impressionado com a notícia que já comentei no post anterior. A cartografia do cérebro é um asssunto muito importante e deveras fascinante. Tudo é comandado a partir do cérebro e segundo dizem nós só aproveitamos cerca de 5 a 10% das suas potencialidades. Será que com a evolução da sociedade e das novas tecnologias nós desenvolvemos a nossa massa encefálica e assim vamos aproveitando cada vez mais as potencialidades desta? Ou apenas adaptamos aquilo que já está desenvolvido e incorporamos novas rotinas? Se se der o caso da primiera hipótese então significa que a nossa evolução está limitada, pois havemos de chegar ao fim das potencialidades do nosso cérebro e se for a segunda hipótese então nada nos parará, mas ficaremos sempre nestes 10% de potencialidade deste peso aqui em cima. Na verdade muito pouco conhecemos sobre este orgão que nos dá a personalidade e a capacidade de existirmos enquanto seres pensantes. É um assunto que me fascina e todos os avanços que se têm vindo a fazer nesta área são sempre fascinantes e não conseguem ocultar um lado de espíritismo, ou mais cientificamente, de emoções, impossíveis de quantificar... para já. E tanto mais é fascinante porque é o cérebro que nos confere a nossa individualidade e para mapear esta área do nosso corpo precisamos de regras e características comuns a todos nós, o que gera uma espécie de paradoxo, mas que tem vindo a ser desconstruído ao longo dos últimos anos.
O que irá acontecer quando o cérebro for totalmente cartografado? Assistiremos a uma fusão entre a magia e o espiritismo com a ciência, ou pelo contrário, um dos lados engolirá o outro? Provavelmente a ciência assambarcará tudo, e tudo será explicado, incluindo auras, mentes e afins. Mas como irá sobreviver o que hoje chamamos de oculto? Será que se vai transferir para as máquinas e passará a haver uma espécie de misticismo web? Situações impossíves de se resolverem lógicamente e cuja única explicação reside em hipóteses apenas prováveis ou mesmo improváveis. E será este misticismo real, presente de facto no complexo mundo das máquinas e da vida virtual, ou será apenas criado por nós, ansiosos por voltar a um tempo onde nada era explicado e muito dependia da nossa imaginação?
Hão-de haver sempre soluções para a nossa imaginação, para localizarmos o nosso medo. Tudo se resume a isso... Isolarmos o medo para conseguirmos criar barreiras e limites para vivermos uma vida mais descansada. Sem medo vamos todos ao fundo e deixa de haver ética para conosco próprios e para com os nossos. Não que o medo seja uma coisa boa, mas é definitivamente necessária e muitos anos mais há frente tenho a certeza que quando conseguirmos chegar ao fim do planisfério do cérebro outras questões surgirão com tal potência que iremos ter a sensação qe afinal ainda estamos mais incultos e com muito caminho para percorrer e com muito espaço para colocarmos os nossos medos e assim desenvolver mecanismos verdadeiramente interessantes apoiados na nossa imaginação.

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