quinta-feira, janeiro 11, 2007


Há dias em que estamos bem dispostos, há outros que nem por isso... Hoje é um daqueles dias em que me encontro neste estágio menos bom. estou mal disposto, farto do meu trabalho e dos meus colegas, ansioso por uma mudança repentina e radical na minha vida. A possibilidade de montar um negócio, montar uma empresa tem-me assaltado diariamente se be que é um passo que me assusta um pouco. Precisava do sócio certo para me meter numa aventura como esta e precisava de dinheiro também. Estou cansado desta desorganização, deste mutismo que existe entre mim e o meu chefe (provocada por mim, bem entendido, pois não o consigo entender), farto de acordar todos os dias e não acreditar no projecto em que estou inserido. E estou encurralado... Não sei o que fazer, aliás sei muito bem, mas estou sem energia para o fazer. Tomei uma atitude que considero simples, defensiva e um pouco cobarde - vou-me aguentar até a fonte secar. Vou-me deixar ficar aqui num cantinho à espera do fim do mês e do pagamento do ordenado. Não é uma situação confortável, mas é uma situação.
Estou a dar aulas na Etic. Estou a dar um módulo de marketing relacional e fidelização a uma turma de 11 alunos e com a duração de 25 horas. Tem sido bastante agradável e uma experiência muito válida. Já tinha passado por ela há cerca de 1 ano ao dar aulas na epci. Não foi uma experiência muito agradável devido às turmas que apanhei. Esta turma parece-me muito mais interessante e o próprio conteúdo muito mais apelativo. Faz bem ao ego também. É bom sentir o interesse e a atenção de outros e muito gratificante impor um ritmo e transmitir experiências. É uma boa massagem ao ego mas implica bastante trabalho na preparação das aulas e uma ginástica quando estou em sala. inástica para dar tudo no tempo e para captar a atenção dos meus ouvintes. Comecei por dar 3 aulas logo no início de janeiro e agora vou dar as restantes a partir do dia 18 de Janeiro. Estou um pouco à rasca com os conteúdos pois dei bastante matéria nestas 3 primeiras aulas.
Hoje almoçei com os meus antigos colegas da Vida é Bela. Confesso que fiquei um pouco invejoso por não ter aquele fogo e aquele entusiasmo á volta e um projecto. Fiquei deprimido por voltar à minha empresa e encarar o mesmo clima depressivo que já se vem arrastando desde há muito tempo. Cada vez mais só vejo uma solução no horizonte - mudar. Mudar de vida, mudar de horizontes. Gostava de vender o projecto da maior galeria do mundo e trabalhar nele. Estou à espera de uma apreciação por parte do Quina. Pode ser uma via e uma solução... Vamos ver.

Já despedimos o nosso emprenteiro e substituimos por outro. O trabalho feito até agora está mal feito e sem cuidado absolutamente nenhum. É um desespero...

Que nos valha a alegria dos nossos filhos e o seu crescimento galopante. Cada vez mais interactivos, mais alegres. Estão quase a falar e o afonso já se põe em pé sozinho e aguenta-se uns segundos nas duas pernas. Eu não vi ainda, mas foi a Paula que me contou.

A Paula vai fazer um styling a uma cliente da Vida é Bela no próximo sábado. É uma manhã de trabalho, mas que rende 150 euros que é muito bom.

Fala-se muito agora sobre o referendo sobre a despenalização do aborto ou IVG - interrupção voluntária da gravidez. Estamos a cerca de 1 mês deste referendo e as campanhas a favor e contra começam a mexer-se a sério. Curiosamente há mais movimentos a favor do não do que do sim. No anterior referendo em 1998, abstive-me. Não por preguiça, mas por indecisão. Na verdade eu fui sempre a favor da despenalização, mas na altura a TT era contra e esgrimia argumentos muito válidos que me fizeram pensar. Hoje estou absolutamente convicto que sou a favor do sim e vou votar às urnas para se acabar com esta vergonha de uma vez por todas. Sou a favor do sim por uma questão de egoísmo. Se eu passasse por uma situação de aborto com uma mulher que não me interessava, não teria quaisquer dúvidas em partir para a situação do aborto. Mas entendo as pessoas que são a favor do não. Na verdade é interromper uma vida, quer queiramos quer não e dessa perspectiva torna-se sempre doloroso optar por um aborto, mais doloroso agora que tenho filhos. Mas a escolha por abortar ou não deveria ser da responsabilidade de cada um e é isso que eu defendo.

Como pensamento positivo para hoje deixo a pintora paula rego. Hoje o CAM da gulbenkian vai apresentar ao público um novo tríptico encomendado a esta pintora que dá pelo nome de vanitas e é dedicado à beleza e à morte. Não sou um grande, grande fã dos quadros desta pintora, mas reconheço a força da pintura dela. Não gostaria muito de conviver com os quadros dela, mas a verdade é que eles causam-me sempre uma impressão que fica gravada na mente. Lembro-me de uma exposição que fui ver ao CCB há uns anos atrás sobre a série das mulheres pintada a pastel. São quadros impressionantes, incómodos e crus, muito crus. Ainda hoje me lembro desses quadros e cada vez que me lembro percorre-me um arrepio pela espinha. A sua forma de retratar situações e pessoas é de facto muito potente e a sua transposição para a tela muito eficiente. É uma pintura experiencial e com uma presença muito imponente e esmagadora na nossa alma, na nossa cabeça.

2 comentários:

Anónimo disse...

E em relação ao aborto musical? o embrião musical é considerado música aos quantos compassos de gestação?

E o Aborto Intelectual? Não será o que os defensores do não andam a praticar?

main mense disse...

Caro Rui...
Gostei muito da sua ideia de aborto musical e intelectual. E gostei muito do seu blog.
Sou um grande partidário da interrupção voluntária da criação ou IMC se quiser e para ser mais actual. Na verdade cada vez mais temos vindo a assitir a práticas constantes de não interrupção da criação e os resultados têm sido desastrosos. Felizmente que as fontes de criatividade não se esgotam e os recursos são cada vez maiores, permitindo assim alternativas que nos bombam oxigénio para o cérebro e nos fazem acreditar que a condição humana também passa pela sua capacidade de se exprimir artisticamente, nomeadamente através da mais enigmática, universal e original forma de arte - a música.