quarta-feira, janeiro 31, 2007


"O seu futuro começa hoje" - Esta é frase publicitária que estamos a utilizar para promover uma revista dedicada exclusivamente ao novo Windows Vista. Discorrer sobre o futuro no momento de vida em que estou neste preciso momento é absolutamente e absurdamente diferente do que, por exemplo, há dois anos atrás. O que é o meu futuro agora? Passa por uma carreira fulgurante? Por uma resignação involuntária? Passa por inúmeras coisas que antes não ligava patavina, mas que agora assaltam-me cada vez que penso nisto. Passa seguramente por proporcionar aos meus filhos a melhor vida possível. E esta vida tem a ver com a felicidade deles no seu quotidiano e no dinheiro que tenho para potenciar esse quotidiano. O que levanta questões relacionadas com a vida profissional que obrigam a outra ética e outra moral. O que é um bom emprego? É um emprego que se ganha bem ou que se faz algo de útil para a sociedade e para mim mesmo? É a conjugação das duas coisas, mas com a balança a pender para o dinheiro, ao contrário do que seria há 2 anos atrás. O mapa das preocupações ganham uma nova geografia em função de terceiros, em função de questões verdadeiramente altruístas e das quais não me consigo libertar. Por outro lado, enveredar por este caminho mais duro, mais frio, torna-me uma pessoa diferente da que estou habituado a encarar todos os dias ao espelho. Passo a encarnar seguramente outros valores, outras prioridades que obrigam a pensar as minhas acções de uma outra perspectiva, necessariamente mais calculista e nem por isso melhores ou piores, apenas diferentes. Dar este passo não tem sido fácil em termos teóricos. Em termos práticos a transformação tem ocorrido de uma forma quase involuntária, como se da minha sobrevivência se tratasse. Penso que estes períodos são férteis em termos de ideias, de estratégias para a minha vida, mas obrigam a passos seguros e a tomada de decisões sempre em função de dois universos, acrescentando um quoficiente de cansaço ao meu cérebro, ao meu corpo.

O futuro começa hoje? É bem possível. futuro não é mais do que uma abstracção que resumo os nossos anseios, as nossas inseguranças, os nossos medos, os nossos desejos. O futuro é uma espécie de almofada sem a qual não conseguimos dormir e portanto sobreviver e que resume de uma forma simpática uma espécie de cartografia de todas as características que assistem à nossa condição humana. Estou confiante no meu futuro? Claro que estou! Nem que seja pelos 2 encantadores seres humanos que todos os dias me exibem um sorriso sempre que eu chego a casa e que me faz esquecer, por momentos, de todas estas questões que me roem e descarnam os tecidos da minha alma, da minha consciência.

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