quinta-feira, maio 10, 2007


O verão chegou em força e com ele chegou a nossa latinidade, a nossa força enquanto povo do sul da europa em que tanto batem ao longo dos outonos e dos invernos. É neste momento, neste precso momento, que necessitamos de fazer uma introspecção e perceber finalmente que o orgulho em pertencer a esta faixa territorial europeia é imenso. Chega de críticas veladas e indirectas sujas ao nosso modo de vida, à nossa forma de estar, à nossa maneira de fazer e encarar as coisas. As críticas caem todas por terra quando damos de caras com a nossa luz, as nossas praias, o nosso mar. Vivemos de uma forma diferente daquilo que se convencionou como o modo de vida correcto e eficaz. A nossa eficácia revela-se noutras coisas como por exemplo na simplicidade da nossa indumentária para ir à praia, no arrastar do dia até ao último momento em que é possível estar na praia, na forma como sorrimos uns para os outros quando estamos cercados de areia e com um calor abrasador a retalhar a nossa pele e a escurecê-la com um tom saudável. É nesta altura que os supostos detentores da razão descem dos seus cinzentos países e vêm conviver com a nossa maior preciosidade. Dizem que nos invejam pelo tempo que temos e pelas praias que estão à nossa disposição, e em certa medida até acredito nisso, mas o problema é que o dizem com o sentimento de superioridade... qualquer coisa como: "lá no mundo a sério nós só trabalhamos enquanto aqui vocês têm muito mais coisas para fazer". Dizem isto de uma forma que me irrita, quase a desculpar o nosso gosto pelo lazer. Vão todos à merda com essas considerações. Nós aqui não temos as praias e o sol que eles não têm. Tudo isso faz parte de nós mesmos. Não é uma questão de sorte, enganam-se. As coisas são mesmo assim. O nosso modo de vida está condicionado por estas coisas e elas sãom intrínsecas à nossa personalidade, à nossa identidade enquanto portugueses. Eles são uma orquestra, em que tudo sai bem, na perfeição sem lugar à criatividade e a qualquer arrojo individual. Nós somos uma banda de jazz no meio de uma jam session. O problema é que estes povos querem arranjar uma pauta para uma jam session, quando isso contradiz a própria natureza da jam session. Não existem pautas nem sequer queremos que elas existam. É mesmo assim.

Naturalmente que nem tudo são rosas. Sofremos também com tudo isto, principalmente nas estações frias. E pagamos por esse caos quase organizado ou essa organização assente no caos. Mas somos assim mesmo. Não quero desculpar governos com esta posição. Os nossos governos são maus governos, imaturos e oportunistas. O que eu pretendo com isto é afirmar a minha identidade enquanto povo único, enquanto português. E essa afirmação passa por um sentimento de orgulho. Eu senti orgulho em ser português e fico muito contente pelos meus filhos terem nascido em portugal e fazerem parte da comunidade lisboeta, de fazerem parte de um puzzle de uma das cidades mais bonitas de que há memória. É estúpido aplicarem modelos ao nosso modo de vida, inspirados nos finlandeses ou suecos. Bolas, basta olharem para eles um vez para se entender logo que nada têm a ver conosco, mesmo fisicamente. Vamos criar um modelo português, assente na seriedade, numa organização muito própria e numa eficácia adaptada às nossas reais necessidades, que incluem praia, sol, dolce fare niente, fado, comida, vinho, enfim tudo o que nos define como portugueses. Mas não podemos cair no erro de nos isolar. Temos de ter esta atitude contanto com todo o processo de globalização que estamos a atravessar. Tenho a certeza que a solução irá ser original, espantosa e verdadeiramente eficaz.

Chegou o nosso momento. A nossa identidade é tão importante como qualquer outra. recisamos de optimismo e ao contrário dos outros povos extremamente organizados, o sol e aluz fazem com que o nosso optimismo esteja embebido de boa disposição, coisa rara e muito complicada - mas possível.

Pensamento positivo - Praias Portuguesas - As melhores praias do mundo!

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